Valéria Barbosa, durante 47 anos trabalhei para a comunidade da
Cidade de Deus como professora, educadora social, uma das fundadoras do Jornal
A Notícia Por Quem Vive, Fiz Web Rádio CDD com o programa CDD poética com
Valéria Barbosa.
Participei de 15 (quinze) coletâneas.
Lancei 3 (três) livros autorais:
2. Coração Preso – Na Cômoda da Incomodada vida; 2012.
3. 200 Gritos por Liberdade. 2019 Premiado pelo Ministério da Cultura no Concurso
para 25 escritores do Brasil em homenagem aos 200 anos da Independência do
Brasil
Lancei 3 (três) CDs:
1. África no Sangue
- 2008
2. Caminhos Abertos,
axé – 2009.
3. Oceano em mim
– 2020.
Em 2019 descubro que também posso ser
ilustradora e atendendo a convite da UERJ e do Sarau Preto participo das
exposições apenas por ter colocado meus desenhos no meu último livro e no
facebook.
Atualmente estou produzindo o Sarau na Favela, em
vídeo.
8
perguntas para Valeria Barbosa
Resposta: Sim sou.
2 – Diante de tantos projetos que você
já fez, qual foi o que mais te trouxe alegria?
Resposta: Cada projeto nasce num
momento específico e mesmo aqueles que indiretamente favoreci com a minha
escrita elaborando o projeto escrito para concorrer a recursos me são caros: A
implantação do Centro Cultural Tupiara; o reconhecimento de mestres da Cultura
Popular pela Secretaria de Cultura, Mestre Miúdo e Mestre Tuca, a obra num
barracão de candomblé da dona Benta, os projetos do Jornal ou as minhas
produções, cada qual é um desafio, uma comemoração e uma eterna gratidão.
3 – De onde vêm seu lado criativo?
Resposta: Vem de toda a experiência de
vida, do olhar para os meus na favela, onde os meus dons foram sendo
despertados pra eu na fase adulta deixá-los aflorar.
4 – Suas ideias surgem facilmente ou é
um trabalho de pesquisa?
Resposta: Nascem a qualquer hora em qualquer lugar e
eu as respeito, tanto na música, poemas quanto aos insight para com os foco em
projetos para terceiros, na realidade eu escolhi pra quem escrever. Claro que
tenho trabalhos que por já existirem como o jornal que são favorecidos por
minha meticulosidade em guardar documentos, fotos, gostar de fazer vídeos e
isto são memórias, ou seja gosto de abraçar histórias, facilita eu ter material
para trabalhar que vira acervo de pesquisa,
Sei também que posso criar em cima de
pesquisas, fiz uma música a pedido de uma amiga para as bordadeiras do Cais do
Porto, Projeto Tramas do Porto. Como fazer uma música para algo especifico sem
ir buscar informações? Fui as redes descobrir o que era e depois fui ler
uma monografia sobre o Cais do Valongo já que o tema que as bordadeiras do
projeto faziam era da história local.
Ou seja, pra eu fazer um projeto para
alguma coisa, se for pessoa eu tenho que admirar e acreditar no trabalho que
daí eu me aproprio da emoção do outro e registro ou em projetos, versos,
músicas ou em desenhos.
5 - Que projeto você gostaria de fazer,
mas ainda não fez?
Resposta: Gostaria de ver as minhas
músicas em um espetáculo cantadas por cantores.
6 – O que te motiva a fazer arte na
Zona Oeste?
Resposta: Eu não produzo artes pensando
na Zona Oeste, no meu bairro ou não mundo, eu a produzo por uma necessidade
interna de me conectar com o som, com as letras, com as cores, eu não vivo da
arte.
Sempre tive trabalhos formais com
expedientes longos e mesmo assim até dentro destes espaços eu criava, fosse na
elaboração da implantação de projetos pedagógicos ou até levando a equipe a
pesquisa da cultura do nosso país. Pra mim cultura é ar, e ar precisa ser
compartilhado, absorvido e devolvido e transformado depois que passa pela
gente.
7 – Qual é a importância da divulgação
de seus projetos na Zona Oeste?
Resposta: Eu costumo colocar TUDO o que
faço na Rede a intenção principal é se faço você pode e deve fazer e acabo
sendo a divulgadora daquilo que produzo sem tática, muito amadora e solitária.
8 – Você gostaria de deixar alguma
mensagem para os artistas da Zona Oeste?
Resposta: Aqueles artistas que são meus
amigos, estou aqui para contribuir nos seus movimentos como sempre o fiz.
Aqueles que ainda não conheço teremos esta oportunidade uma hora.
Para todos: que bom que vocês
existem, inspiram e levam alegria a pessoas assim como eu.
Nada é mais precioso do que ter a
felicidade de emocionar, tirar um sorriso, trocar experiências e poder dizer
que desejo que sejam reconhecidos como produtores e por seus dons, que sejam
valorizados. Um beijo no coração de todos e gratidão.
Comentários
um abraço iliani almeida