Morreu no dia 13 de setembro de 2025, aos 89 anos, o multi-instrumentista brasileiro Hermeto Pascoal, reconhecido internacionalmente como um dos maiores ícones da música instrumental. Conhecido como “O Bruxo”, Hermeto foi compositor, arranjador, improvisador e vencedor de prêmios de destaque, como o Grammy Latino, deixando uma obra que uniu erudição e popularidade, tradição e experimentação.
Um artista universal
Nascido em Lagoa da Canoa (AL), Hermeto iniciou sua carreira aos 14 anos e construiu uma trajetória marcada pela versatilidade. Tocava praticamente todos os instrumentos — e até objetos do cotidiano que produzissem sons — transformando cada experiência em música. Sua criação transcendeu fronteiras, dialogando com o jazz, o samba, o forró e o frevo. Hermeto, porém, definia sua obra como “música universal”.
Essa ousadia conquistou admiradores no Brasil e no mundo, de Elis Regina a Miles Davis. Em sua trajetória, apresentou-se em festivais de prestígio como o Montreux Jazz Festival, na Suíça, e o Live Under the Sky, no Japão. Foi homenageado com títulos de doutor honoris causa pelo New England Conservatory (Boston, EUA) e pela Universidade Federal da Paraíba.
A música como linguagem da vida
Autodidata e criativo por essência, Hermeto enxergava música em tudo: do chiado da chaleira ao barulho da corredeira. Essa escuta singular fazia de sua obra um manifesto pela harmonia do planeta, pela justiça e pela paz.
Radicado em Bangu, bairro do Rio de Janeiro onde fincou raízes, Hermeto sempre soube ler o mundo e traduzi-lo em sons — uma linguagem capaz de comunicar além das palavras.
Despedida
O velório do músico acontceu na segunda-feira (15), na Areninha Cultural Hermeto Pascoal, em Bangu. Ele deixa seis filhos e um legado imortal para a música brasileira e mundial.
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