Sérgio Alves é escritor, jornalista, animador cultural, ator, diretor de teatro, compositor. É autor de 6 livros de poesia. Militante do movimento cultural e do movimento negro há mais de 40 anos.
Com 15 anos ingressou no grêmio estudantil, atuando
como diretor cultural.
Participou da histórica Feira da Poesia da Cinelândia, no começo dos anos 80. Em 1984 foi um dos fundadores do grupo Poça D’Água e do projeto “Passa na Praça que a Poesia te abraça”. Em 1990, participou da fundação do MACACO – Movimento de Arte e Cultura Alternativa, Comunitária e Organizada. Em 1991, teve seu poema “Cidade Dormitório”, usado como tema de prova do vestibular da CESGRANRIO.
Em 1992, conquistou o 2º lugar, com o Poema “Mente Sã”, no Prêmio Internacional Cataratas, da prefeitura de Foz de Iguaçu. No teatro, em 2004, dirigiu as peças “A Conta e o Tempo” de Regina Pierini e “Espíritos, Amor de Outras Vidas” de Vagner Castellanos. Em 2014, participou da criação, junto com a Banda DSD, do projeto “O Poeta e o Cantador”. Em 2015, participou da fundação do “Coletivo Cultural Rio da Prata”. Em 26 de junho de 2018, recebeu o Diploma Heloneida Studart, da Comissão de Cultura da ALERJ.
É membro da diretoria do CEDICUN – Centro de Estudos e Divulgação das Culturas Negras.
8 perguntas para Sérgio Alves
1 – Como é o seu processo criativo?
Resposta: Estou sempre
pronto a criar. Leio muito. Convivo com jovens diariamente, como animador
cultural. Faço da arte e da cultura minha razão de viver.
2 – Teve alguém que te influenciou? Qual é a sua influência artística?
Resposta: Claro. Todo artista, seja
de que modalidade for, é influenciado por outros que o antecederam. No meu
caso, em teatro, meus artistas e movimentos referência são: Bertold
Brecht, Stanislaviski, Augusto Boal, Teatro Oficina e Opinião, Tá na Rua, com
Amir Haddad; José Celso Martinez Correa, entre outros. Em literatura,
minhas referências são: Oswald de Andrade, Ferreira Gullar, Maiakoviski,
Brecht, Manoel Bandeira, os irmãos Campos, o movimento Concretista, Jorge
Amado, José Saramago, Garcia Marques, entre vários outros.
3 - De onde vêm sua inspiração?
Resposta: Como dá pra
perceber, gosto muito de trabalhar em equipe, participar de coletivos. Desde os
15 anos participo de grupos, seja de teatro, de poetas, etc. Tenho parceria em
letras de músicas e poemas com vários artistas. Acho que essa troca enriquece
meu trabalho.
4 - Quando seu lado poético surge, você passa logo para o papel?
Resposta: Tenho sempre
uma caneta a postos, se não escrevo na hora, acabo esquecendo. Acho que a inspiração
é importante, anoto a ideia, mas depois vem a técnica.
5 – Tem algum projeto em mente, mas que ainda não começou?
Resposta: Estou em
vários projetos ao mesmo tempo. Com o Coletivo Rio da Prata, com o CEDICUN, que
tiveram que parar por conta da quarentena do Coronavírus. Mas, com certeza e fé
em Deus, em breve retornaremos.
6 – O que motiva você a fazer estes projetos na Zona Oeste?
Resposta: A Zona Oeste é
um oásis de cultura. Só com a união dos artistas, faremos com que o poder
público invista em cultura na região.
7 - Você julga importante a divulgação do seu trabalho na Zona Oeste?
Resposta: Com certeza.
Nosso trabalho incentiva os mais jovens a seguir em frente.
8 - Qual a mensagem você gostaria de deixar para os moradores da Zona
Oeste?
Resposta: Respondo
essa pergunta com um trecho do meu “Poema doido”, do livro “Euthymia” de
2015:
“... O criador mostrou ao poeta
O que é comunidade
Participação, mobilização
Carinho, solidariedade
Valores mostrados no seio
De quem percebe a verdade.
Verdade compartilhada
Aos puros de coração
Que sabem o valor da amizade
Olho no olho, mão na mão.
Só a poesia transmite
Essa energia de irmão
Com ela a palavra é uma arma
Que corta como facão.
Cultura, luz que liberta
Um povo de toda a opressão
Água pura, cristalina
Que aliada à educação
Sacia, conduz, ilumina
Revolução!”
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